Surto de COVID-19 e a Saúde Mental

(Artigo de Opinião)

Que momento é este que estamos a viver? Quando regressa a normalidade? Como lidar com isto? 

Estas e outras questões tomaram, inevitavelmente, uma grande parte dos nossos pensamentos, devido ao surto de COVID-19. Aquilo que era um perigo distante, que se propagava do outro lado do mundo, tornou-se num perigo real, e também nosso. Foi como que se na acalmia das nossas águas caísse uma pedra enorme e tudo ficasse mais agitado e incerto.

Além das questões relativas à nossa saúde física, esta situação veio condicionar áreas da nossa vida que considerávamos intocáveis: as nossas rotinas diárias, a nossa relação com os outros e a nossa perceção do futuro. Estes são os três pilares da nossa estabilidade e é, precisamente, aqui que estamos a ser desafiados. 

A nossa saúde mental está a ser desafiada.

Somos seres de hábitos e de relações. Lutamos diariamente contra o caos e procuramos a estabilidade. Sim, também procuramos inovação, mas não sempre e não em tudo! Contudo, é isso que este momento nos exige: inovação em circunstâncias totalmente novas e desafiantes.

Para uns, o teletrabalho, o apoio escolar aos filhos, o isolamento social e o confinamento em família. Para outros, o trabalho em contexto de risco de contágio e o afastamento dos seus. Para outros ainda, a incerteza económica, a perda do emprego e da subsistência. Cada um à sua maneira, estamos todos envolvidos e estamos todos preocupados. 

O que fazer para protegermos a nossa saúde mental?

  • Reconhecer que é compreensível estarmos ansiosos. Esta não é uma situação normal e, por tudo o que envolve, gera ansiedade. Devemos estar atentos, compreender e respeitar as nossas emoções.
  • O autocuidado é uma arma para não adoecermos, física e mentalmente. Desde a higiene, à alimentação, ao exercício físico e ao sono, é essencial que estas rotinas sejam asseguradas, para mantermos as nossas defesas e capacidades.
  • Procurar informação de qualidade e devidamente doseada. A exposição constante a informação relacionada com o tema aumenta os níveis de ansiedade e dificulta a possibilidade de nos reorganizarmos face à situação.
  • O isolamento físico não implica o isolamento emocional. É possível mantermos o contacto com os "nossos" através das tecnologias de comunicação, e diminuir assim os sentimentos de solidão e desamparo, em prol de sentimentos de partilha, entreajuda e união.

Pamol, M., 2020. Surto de COVID-19 e a Saúde Mental. Jornal da Marinha Grande, p.13.

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